Relato de vivência 
Durante o estágio de vivências em Medicina de Família e Comunidade, no município de Rio Grande, pude vivenciar várias experiências que nunca tinha presenciado anteriormente na minha faculdade e na minha vida. Foi muito legal ver toda a equipe trabalhando unida sempre buscando oferecer o melhor para cada paciente. O NASF, as equipes com as suas técnicas de enfermagem e as agentes comunitárias de saúde sempre visitando as casas e vendo cada família de forma única. Acompanhando pacientes ambulatoriais e realizando visitas domiciliares, consegui presenciar uma boa adesão e aproximação entre a maioria das famílias e o posto de saúde. Ao realizamos as visitas nas áreas rurais, pude presenciar melhor as vantagens e desvantagens que morar no campo oferecem a saúde dos pacientes e como é importante a presença dos profissionais da saúde nesses locais, principalmente na atenção básica, visando, por meio do vínculo, levar um trabalho mais integral para esses usuários do SUS. Através do vínculo, levava-se em consideração os contextos daqueles cidadãos e de suas famílias e, dessa forma, era possível ser mais resolutivo na ação de tratamento e prevenção em prol da promoção da saúde. Vários pacientes eram analfabetos e/ou pobres o que dificultava muito a adesão ao tratamento, porém, felizmente, sempre arrumavam-se formas para que estes pacientes tomassem suas medicações corretamente. Nesse cenário, algumas ferramentas, como a territorialização, que faz com que o profissional vá, in loco, em diferentes regiões da Quintinha e entenda o que está por trás da saúde daquelas pessoas eram fundamentais, porque muitas vezes o paciente tinha vergonha em relatar suas dificuldades financeiras que impediam que o mesmo consumi-se alimentos saudáveis ou compra-se alguns medicamentos, por exemplo. Assim, o vínculo é muito importante, pois faz com que o paciente volte e confie naquele profissional e equipe de saúde. As duas semanas que estagiei na USF da Quintinha, sob a supervisão e acompanhamento dos médicos Gustavo e Fernanda, me ajudaram a desenvolver e consolidar, de forma prática, conhecimentos teóricos adquiridos durante o ano letivo. Seus focos de atuação, com caráter generalista, eram voltados ao cuidado, na escuta qualificada, no vínculo pessoal entre equipe e comunidade, na corresponsabilidade do processo saúde-doença, com o propósito de estimular a população ao autocuidado e a atender às suas demandas dentro das possibilidades que o sistema oferecia. Durante os atendimentos pude observar a rotina desses médicos em atuação, sendo de grande valia para meu crescimento pessoal, pois muitas atitudes, desde a forma de tratamento humanitário com os pacientes até a conduta técnica na prescrição dos medicamentos, eram muito bem realizadas. Além da discussão dos casos, falamos bastante sobre o SUS e sobre como é o serviço de um médico que trabalha na atenção primária de uma Unidade de Saúde da Saúde. Experiências de realizar consultas de pré-natal, de puericultura e de consultas agendadas e de livre demanda foram apenas uma parte do melhor reconhecimento de como de fato funciona uma unidade básica de saúde. Na USF Quintinha, foi possível constatar na prática a realidade de uma USF que, a qualquer sinal de mal-estar e dores, é a porta de entrada do SUS, sempre focada em fornecer saúde para todos daquela área rural de Rio Grande. Por fim, nessa vivência de duas semanas, na USF Quintinha, pude ter contato direto com a realidade do sistema público de saúde e de entender sua importância na vida da comunidade atendida. Essa experiência me proporcionou, certamente, um crescimento pessoal como cidadão e futuro profissional da área da saúde, pois ao constatar as distintas condições de vida dos usuários do SUS reforcei a importância de seus princípios doutrinários. Constatei o valor da universalidade, equidade e integralidade para, principalmente, os pacientes de extrema vulnerabilidade social. Gostaria de agradecer a toda equipe da USF Quintinha, a Lorena que estagiou comigo e à toda equipe da Liga de Educação em Saúde, pois todos foram fundamentais para minha boa vivência em Rio Grande. Obrigado. 
Atenciosamente, Nicolas Conter Tavares

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